segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sites para a prova

Olá! Esse site é o que a Patrícia falou para vcs verem:
http://www.who.int/tdr/diseases/oncho/lifecycle.htm

Tem o vídeo de Trichuris também :
http://www.youtube.com/watch?v=KY9j3t0uKCc

Boa prova e aproveitem as férias!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Parasitos chegaram às Américas há milhares de anos pelo mar


 Museu do Louvre, França
Museu do Louvre, França

Ovo de um Ascaris lumbricoides, parasito
popularmente conhecido como lombriga


Fernanda Marques

Materiais aparentemente pouco atrativos - fezes humanas desidratadas e mineralizadas com milhares de anos presentes em resquícios arqueológicos, os chamados coprólitos - ajudam os cientistas a compreender a dispersão dos parasitos no ambiente e as migrações dos homens no passado. De acordo com os resultados de uma pesquisa da Fiocruz, certos vermes - como Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Enterobius vermicularis - eram encontrados nas Américas bem antes da época colonial. Os dados geológicos e arqueológicos analisados sugerem que parasitas cujo ciclo de vida tem etapas no solo se espalharam pelo mundo, chegando ao continente americano, em conseqüência de viagens marítimas feitas há milhares de anos.

É o que mostra artigo assinado pela equipe de Marcelo Luiz Carvalho Gonçalves, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado em suplemento especial sobre paleoparasitologia da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

A paleoparasitologia é a ciência que estuda os parasitos em material arqueológico, mais precisamente em resíduos fecais, em geral, encontrados durante escavações ou coletados diretamente de múmias. Essas fezes fossilizadas, chamadas coprólitos, são hidratadas segundo técnicas especiais, o que permite aos cientistas estudar os parasitas, sobretudo larvas e ovos, presentes no material.

O artigo resume as descobertas sobre parasitas intestinais feitas até hoje a partir da investigação de fezes humanas fossilizadas. "Estudos na área de paleoparasitologia revelam como o parasitismo humano é diverso e antigo", escrevem Marcelo e equipe. Como novidade, os autores apresentam os resultados das análises de coprólitos pertencentes à coleção do Laboratório de Paleoparasitologia da Ensp. Eles estudaram quase 900 amostras de fezes humanas e de outros materiais orgânicos, a maioria delas coletada no Brasil.


Hábitos do homem primitivo

Os achados em paleoparasitologia podem ainda oferecer informações importantes sobre hábitos alimentares de povos antigos. Certos parasitos, por exemplo, infectam insetos antes de parasitar o homem. Portanto, caso esses parasitas sejam identificados em fezes humanas fossilizadas, pode-se especular que na região das escavações arqueológicas viveram povos que tinham por hábito comer insetos.

"Novos achados em paleoparasitologia estão sendo divulgados em todo mundo, atualizando continuamente o conhecimento sobre a distribuição dos parasitas no passado", afirmam os autores. "Uma compreensão mais completa e acurada sobre infecção parasitária na Antigüidade vai ampliar nosso conhecimento sobre aspectos biológicos e sociais dos processos de saúde e doença durante a evolução da espécie humana".